Hoje disseram-me que me achavam menos feliz do que antigamente. Não posso concordar. Na verdade estou muito mais feliz agora. O que acontece é que há determinados episódios na nossa vida que nos mudam irremediavelmente, uns para melhor, outros para pior. E no ultimo ano houve toda uma série de episódios que me fizeram mudar, sim. Quando alguém me desilude é como se um bocadinho de mim morresse. E desta vez não foi apenas um bocadinho. Foi uma grande parte que nunca mais vai voltar a ser como era. Um dos maiores erros que podemos cometer é darmos demasiado de nós mesmos a assuntos que não nos trazem nada de bom. As coisas podem magoar-nos, corroer-nos e incomodar-nos apenas até onde o permitirmos. E eu permiti demais. A esta distância consigo perceber que passei por todas as fases: a negação, a raiva, a culpa, a depressão e por fim (já não era sem tempo) a aceitação. Porque chega um dia em que, estranhamente, tudo muda. De repente acordamos e o dia já não está tão cinzento, aprendemos a relativizar e a dar mais importância a pequenas coisas, percebemos que afinal os nossos dias não precisam de ser assim tão vazios. Um dia acordamos e percebemos que temos de viver o presente e que o passado é passado e já não há nada a fazer. É neste dia que decidimos dar a nós próprios outra oportunidade de sermos felizes. Mas, ainda assim, o que mudou, mudou. E, em mim, o sorriso fácil, a espontaneidade e a infinita paciência ficaram lá para trás enterrados bem fundo. E quando assim é, tudo o que desejamos é paz. Tudo o que desesperadamente precisamos é de dias calmos, uma boa companhia, pouco barulho e muito sol.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
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